quarta-feira, 11 de abril de 2012

A CANÇÃO DOS HOMENS (Tolba Phanem)


"Esse é um mito africano, contado pela poetisa Tolba Phanem, que nos ensina valores muito importantes para a vivência de uma cultura de paz."

Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres, e juntas rezam e meditam até que aparece ” A canção da criança”.
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta sua canção.
Finalmente, quando a sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, como em seu nascimento, cantam sua canção para acompanhá-la na “viagem”.
Nesta tribo da África, tem outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, levam-no até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam “sua canção.”
A tribo reconhece que a correção para as condutas antisociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém.
Teus amigos conhecem a “tua canção”. E a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes, ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quanto te sentes feio, tua totalidade quando estás quebrado, tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mensagem de Páscoa - A Passagem Para a Liberdade



Uma das primeiras lições que aprendi sobre a páscoa foi quando já era adulto. Fiquei encantado de tal forma que resolvi fazer o meu trabalho de conclusão de curso na temática da páscoa e da celebração cristã da Ceia do Senhor (Eucaristia). A tradição judaica relata-nos que a primeira celebração ocorreu quando o povo hebreu era escravo no Egito. Naquela época, as vésperas de saírem daquele país, Deus pediu que eles preparassem uma ceia com pães sem fermento, ervas amargas e um cordeiro assado. Pois naquele dia eles sairiam da escravidão para a liberdade, seria uma passagem (páscoa) da morte para a vida.

Essa tradição relata-nos esses acontecimentos da seguinte maneira: os participantes  ficaram em pé, e com os lombos cingidos (vestidos), com o cajado na mão, com as sandálias nos pés, comeram apressadamente para ficarem prontos para uma longa jornada. Depois da saída do Egito essa celebração passou a ser feita como um memorial todos os anos. Quando as crianças perguntavam o porquê desses atos, os pais sentavam com ela e explicavam que um dia foram escravos, mas Deus os tinha libertado.

A história de Jesus, celebrada com muito vigor nesses dias de Páscoa cristã, também é uma história de sacrifício, de passagem de morte para a vida. Se na época dos hebreus, a opressão ficava por conta do Egito, nos tempos de Jesus o Império Romano e seus césares, juntamente com os líderes religiosos de Israel exerciam o poder opressor sobre a maioria da população. A morte de Jesus Cristo, em uma cruz romana, se deve em muito pelo fato da ameaça que ele representava para esses líderes.

O momento da páscoa serve-nos para relembrar-nos a nossa missão no mundo. Diversas formas de opressão ainda são reais nos dias de hoje. A violência tem retirado a vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos pelo Brasil e o mundo. Violência que pode ser vista na tentativa de institucionalizar crimes com a exploração sexual infantil e consequentemente a pedofilia.  Violência na destruição de nossas florestas para atender o consumo desenfreado no mundo, mesmo que para isso seja necessário desrespeitar a vida em suas múltiplas formas, como vemos na Construção da Hidroelétrica de Belo Monte.

Que nossa páscoa não seja a festa do consumo, mas seja a celebração de um povo que está em pé, com seu o cajado na mão e com os lombos cingidos (vestidos), com as sandálias nos pés, e com a pressa daqueles que desejam construir um mundo onde já não existam opressão e injustiça. Que possamos ensinar os nossos filhos e filhas que um dia fomos vítimas de todas as formas de escravidão, mas que enfim encontramos a liberdade. E fazemos isso em memória de todos aqueles que já experimentarem essa liberdade e por ela lutaram e morreram, fazemos isso em memória de Jesus Cristo. Feliz Páscoa Para Todos!

Regis Pereira
Coordenação Rota da Paz

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Rota da Paz São Miguel - Valorizando A Vida

A Rota da Paz São Miguel foi a primeira experiência dessa metodologia em Fortaleza. Os encontros são realizados na Reserva Florestal do Curió, no bairro de mesmo nome, graças a uma parceria da Rota da Paz com a Empresa Naturágua e o PDA Sonho de Criança (Visão Mundial). A mais de três anos jovens e adolescentes reúne-se semanalmente para conversarem e cultivarem através de ações práticas a cultura de paz em suas localidades.


São adolescentes e jovens pertencentes às comunidades do Guajerú, São Miguel, Curió e José de Alencar. Se muitas vezes existe a rivalidade entre essas comunidades, de tal forma que muitos não podem transitar entre elas, a Rota da Paz consegue abrigar de forma pacífica todos esses adolescentes, no mesmo dia e no mesmo horário.


Muitos dos jovens que passaram pela Rota da Paz São Miguel hoje se encontram empregados e abraçando novas possibilidades de vida. As relações familiares foram melhoradas, novas perspectivas foram criadas, frutificou diversas amizades entre jovens de comunidades rivais, e muitos que já estavam desenvolvendo práticas infracionais desistiram dessa empreitada. 


Hoje, a Rota da Paz São Miguel continua com o mesmo vigor. Não é difícil encontrar, as quartas-feiras à tarde, 20 a 25 jovens reunidos na Reserva Florestal do Curió para poderem pensar como trabalhar a cultura de paz em suas comunidades. A cada semana novos jovens são apresentados, trazidos por amigos(as) que compartilham a importância desse momento em suas vidas. Também, não deixamos de celebrar por aqueles que começaram a trabalhar ou voltaram a estudar, enfim, encontram um novo ânimo para se viver.  Uma das jovens participantes da Rota uma vez comentou: "Aprendi que o que passei alguém pode estar passando também e a minha experiência pode ajudar o próximo. Aprendi a valorizar mais os momentos da vida, pois tudo tem seu valor". Rota da Paz São Miguel, três anos valorizando cada vez mais os momentos da vida.



Ajude-nos na Construção da Rota da Paz:

Doe Agora

Banco Bradesco 
Agência 769-2 Conta Corrente 16.777-0